Bicampeão olímpico, Bernardinho está de volta ao comando Seleção Brasileira de Vôlei. O anúncio do retorno foi feito na noite de quarta-feira, 27 de dezembro. Vencedor por onde passou, o técnico terá grandes desafios e decisões importantes a tomar no comando do time nacional.
O objetivo mais próximo e claro é a conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Em Tóquio, não houve pódio pela primeira vez desde 2000. A vaga foi conquistada enquanto a equipe ainda era comandada por Renan Dal Zotto, no Pré-Olímpico disputado no Rio de Janeiro.
Além da montagem da equipe e escolhas individuais que serão tomadas nos próximos meses, Bernardinho ainda terá responsabilidade de outras questões importantes a longo prazo, já que segue como coordenador das seleções masculinas desde as categorias de base.
5 desafios
Retomar organização do time
Para que o Brasil volte a figurar como candidato aos principais títulos do vôlei masculino internacional, retomar a organização tática dentro de quadra é um ponto importante. Além do jogo rápido e inovador implementado à época, os anos vitoriosos da Seleção Brasileira sob o comando de Bernardinho ficaram marcados pelo grande volume de jogo da equipe. Um dos desafios do treinador será montar o sistema de bloqueio e defesa eficiente. Essa é uma das marcas da carreira do técnico.
Definir líbero titular
As escolhas individuais também serão importantes para Bernardinho. No dilema já conhecido de poder levar apenas um líbero para os Jogos Olímpicos, Thales e Maique disputam uma única vaga que será destinada a um jogador da posição. Atuando na Polônia atualmente, Thales foi o escolhido por Renan Dal Zotto para ir à Tóquio e titular em grande parte da gestão do ex-jogador. Sempre presente nas convocações, Maique é o melhor passador da Superliga e também se destaca na defesa. É provável que os dois sejam convocados juntos nas primeiras listas, mas as atuações decidirão quem será o escolhido para Paris 2024. Alê, do Cruzeiro, corre por fora na disputa.
Convencer Douglas Souza
Campeão olímpico em 2016, Douglas Souza recebeu as primeiras oportunidades na Seleção Brasileira com Bernardinho. Afastado do time nacional por opção pessoal, o ponteiro teria papel importante no grupo de ponteiros da equipe, sobretudo pelas incertezas sobre o futuro de Leal. Terceiro maior pontuador da atual Superliga, atrás apenas dos opostos Darlan e Felipe Roque, o jogador de 28 anos já foi mais enfático em negar o retorno à Seleção. Na última entrevista, ele deixou em aberto a possibilidade da volta. Nos bastidores, há a esperança de que o ponteiro aceite defender o Brasil também por "gratidão" a Bernardinho.
Trabalhar com levantadores
Titular indiscutível da Seleção Brasileira por mais de uma década, Bruninho viveu oscilações de desempenho nos últimos anos e deixou de ser inquestionável na posição. Nas últimas competições relevantes, o capitão foi substituído muitas vezes por Cachopa, que também não conseguiu assumir de vez a titularidade. Os dois se alternaram durante o Pré-Olímpico. Para os próximos meses, fica a dúvida se Bernardinho vai apostar em dar estabilidade para Bruninho e depositar confiança no jogador de 37 anos ou tentar novas opções. Campeão pan-americano e destaque do São José, Matheus Brasília é outra opção.
Ajudar na renovação
Embora tenha assumido como treinador da Seleção Brasileira até os Jogos Olímpicos de Paris, grande objetivo de 2024, Bernardinho tem um trabalho de longo prazo para realizar. O bicampeão segue como coordenador de todas as seleções masculinas, incluindo as categorias de base. Como técnico ele terá a chance de trabalhar nomes como Honorato, Judson, Adriano, Lukas Begrmann e outros jovens. A longo prazo, como coordenador, o objetivo a ajudar no surgimento de atletas para os próximos ciclos olímpicos.
Fonte: CNN Esportes